quinta-feira, janeiro 13, 2005

Série: Diário de Viagem - Dom Eliseu
"Um dia de cão" ou ainda "Eu e os bichos escrotos"

Como se já não bastasse um Rattus norvegicus cinzento jazendo sem vida há uns dois dias embaixo da minha janela, exalando um aroma bem peculiar, ontem foi a vez de um besouro bizarro, meio brilhante, uma mistura de um escaravelho com barbeiro (sim, um triatomíneo mesmo, o da Doença de Chagas) passear em cima de mim de madrudada. Acordei de sobressalto, às duas da manhã, e fui tentar dormir numa rede na varanda, sendo que um GaTuno de verdade tentou arrombar uma das janelas da casa no domingo à noite. Daí você pensa: besouro aterrorizante passeando em cima de você ou ser assaltado na varanda da casa? Eis a questão. Lógico que nao consegui mais dormir. Durante o dia, no "trabalho" rural, a coisa não foi muito melhor. Já não foi suficiente eu ter sido compelido a virar clínico e pediatra em tempo recorde. Claro que não. Hoje, pra completar tive que encarnar o ginecologista-obstetra e atender cerca de trinta gestantes, já que o médico delas - cara muito inteligente diga-se de passagem - pediu demissão. E ainda estou na iminência de me tornar médico do trabalho no sábado e domingo, pra fazer o exame admissional de uns cem novos funcionários públicos recem-contratados. Claro que eu já inventei um mega-aniversário de família pra escapar. É isso. Só a internet mesmo pra me manter lúcido nesse fim de mundo.